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Alguém sabe o que significa efetivamente isto? Um Pai travar uma luta contra o descaso e a impunidade ao longo de 103 meses? Três mil e noventa dias, ou mais precisamente 74.160 horas? Uma luta quase desigual para que a Justiça finalmente seja feita? Um Pai que teve seu até então único filho assassinado covardemente por desalmados antes de completar seus 21 anos de existência? Dificilmente isto pode ser avaliado por quem não passou por momentos tão dramáticos quanto este. Comigo, centenas de outros pais se somam a esse coro por Justiça e contra o descaso das autoridades que acabam por premiar assassinos crueis com a tão conhecida impunidade.

Como vocês todos lembram, meu amado filho Mário foi assassinado de maneira covarde na noite de 29 de setembro de 2005 quando se dirigia à casa de amigos de infância para uma comemoração sadia: um churrasco de confraternização com colegas até de infância. Teve sua vida ceifada ao chegar ao local, em Canoas-RS.

 Não houve qualquer chance de reação. E mesmo que houvesse, esses bandidos levariam vantagem, pois estavam ali para assassinar meu amado filho Mário, sabe-se lá a mando de quem (resposta que não obtive ainda).

O tempo vai passando. As dificuldades para que se chegue ao verdadeiro autor e/ou mandantes deste bárbaro crime aumentam a cada dia.  Desde o início das investigações, apontei falhas que poderiam ser determinantes para o bom andamento dos trabalhos. Parece que ninguém esta interessado em levar em conta a opinião de um Pai que teve a vida do seu amado filho interrompida de forma tão brutal e abrupta.

Daquela noite trágica para cá, tenho escrito incansáveis correspondências eletrônicas clamando por maior atenção ao caso, mas tenho encontrado, confesso, pouca guarida das pessoas insensíveis com poder de decisão. Meus dias têm sido sombrios, eis que a saudade, ao invés de reduzir, aumenta com o passar dos dias. Minhas pernas tremem repentinamente; meu coração palpita com  maior frequência; meu peito parece explodir de angústia enquanto meus olhos se umidecem com enorme facilidade.

Não tenho mais meu amado filho Mário para trocar experiências, jogar conversa fora, pescar, chutar uma bolinha, falar sobre o presente e projetar o futuro ou recordar algumas bravatas do passado. Só saudade. E muita saudade! e dos sonhos que ficaram interrompidos!!!!

Apesar do meu sofrimento ímpar, tenho reunido forças, graças ao apoio das amigas e amigos para continuar cobrando resultados e reforçando minha crença na Justiça dos homens. Volto a cobrar do Estado um direito sagrado: o de saber efetivamente o que aconteceu naquela tristonha noite de 29 de setembro de 2005, que vitimou meu amado filho Mário. Quero saber sim, quem foi o assassino e se estava a mando de alguém, além do motivo pelo qual ceifou a vida do meu amado filho Mário !!!!

Renovo aqui o que tenho escrito em tantas outras correspondências eletrônicas. O meu único sentimento é o de Justiça. Passa bem distante de mim, até por convicção religiosa, qualquer intenção sequer de buscar vingança. Tenho certeza de que Deus iluminará, como tem feito até agora, nosso caminho para que em breve, possamos saber o que efetivamente aconteceu e quem acionou o gatilho da arma que acabou com a vida do meu amado filho Mário.


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