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*Sineimar Reis

  Na Primeira Guerra Mundial e em outras guerras que envolveram combates de trincheiras, o termo "terra de ninguém" indicava o espaço entre as trincheiras das duas ou mais forças beligerantes. Aqui em Betim reflete esta mesma história, os moradores não sabem a quem recorrer, pois a cidade está largada pelos grupos políticos e apoiadores que só engordam o próprio bolso. Esse território cujo nome é Betim, parece não está sendo controlado por nenhum governante, está se parecendo um lugar neutro em um campo de batalha.

  A cidade está se tornando uma terra muito perigosa, já não se fornece nenhuma cobertura “trincheiral” que deve ser proporcionada. No entanto, a segurança que deve ser reforçada para avançar, não se avança, e os responsáveis pela gestão política da cidade dormem no ponto, disfarçando como se tudo estivesse bem. Com onze homicídios em 11 dias do ano que se inicia, pode-se dizer que a cidade supera BH e São Paulo. O número de assassinatos em Betim aumentou mais de 40% no primeiro mês deste ano. A cidade tem um índice de 50 assassinatos por grupo de 100 mil habitantes. Cinco vezes acima do que a organização mundial de saúde considera epidemia de violência e ninguém faz nada.

 

  Betim a terra de ninguém, está frequentemente uma experiência difícil para os moradores, variando de alguns bairros, em alguns casos, a poucos metros, acontece violência nos mesmos locais. Defendidas por armas perigosas e atiradores de ambos os lados, essas zonas estão quase sempre minadas e repletos de criminosos. Soltando tiros intensos, assaltando, e impondo terror nos moradores da cidade, ou seja, colocando a vida dos cidadãos em risco e transferindo a alegria de muitos homens e mulheres muitas das vezes honestos (a) em um mar de explosões e fogo, devastando a antiga Capela Nova.

  Alô gestão nova, vamos trabalhar, parece que o logotipo da cidade imposto em sua campanha não está fazendo efeito, #BetimTemJeito. A paciência do povo está chegando no limite, o povo está amargurando dias de trevas, os habitantes estão passando dias de sede, de fome, de dor, de uma terrível fase de amedrontamento, de angustia[...] O que nós pobres habitantes desta terra que também é sua fizemos para merecer esse castigo, essa humilhação?

  Com 119.750 votos, o que corresponde a 61,64 %. O povo foi ingênuo em acreditar nesse ato ilícito bem feito de um prefeito imoral e que deixa a população sem segurança.  Pois cada vez mais, esta cidade vive uma decadência administrativa das maiores que já se aconteceu, onde um homem, empresário, político de longas datas, que se dizia interessado em lutar pelo bem comum, patrocina o enriquecimento dos apadrinhados políticos, alimenta a economia pujante do 4° município mineiro com Produto Interno Bruto (PIB) acima de R$1 bilhão com a contratação de gafanhotos “apaninguados”, a peso de ouro, com altos salários, mordomias e até mesmo com direitos de Cortar os sertões e as veredas. Como um vice-prefeito que é médico, sabe que sujeira é um dano macabro à saúde do ser humano, deixa a cidade numa falta de asseio?

  Em uma cidade em que a saúde amarga os reflexos do descontrole administrativo-financeiro desta gestão municipal, onde pacientes e funcionários da saúde convivem diariamente com a falta de medicamentos e de insumos nos postos de saúde, não vale esconder que alguns Postos de Saúde são 100% custeado com recursos da Prefeitura de Betim, eles pedem socorro, tanto na falta de atendimento, tanto na falta de segurança. Já basta o clima tenso provocado por pacientes insatisfeitos com o atendimento público de saúde na terra de ninguém, ainda tem a herança da última gestão, onde 14 roubos foram registrados e que continuou na gestão nova fechando com 16 assaltos, o que dá média de um caso a cada quinzena. A soma de assaltos, porém, seria de 20 ocorrências, esta é a vida dos usuários e funcionários das unidades de básicas de saúde da cidade, conhecida por ser um dos grandes polos industriais mineiros, incluindo uma montadora de veículos. A luz de emergência acendeu em Betim depois que, em abril deste ano, ocorreram oito assaltos, ou seja, dois por semana. A situação levou o Conselho Regional de Medicina (CRM-MG) a enviar ofício no dia 25 daquele mesmo mês à Secretaria Municipal de Saúde, pedido providências no sentido de adotar medidas de segurança para garantir a integridade dos médicos, desde então, funcionários das unidades de saúde dizem que não foram instalados mecanismo de segurança e nem implantada vigilância física, e aí? A quem recorrer agora? A cidade pede socorro.

Veja a seguir os ataques em séries: Todos ocorrido na atual gestão ano de 2017.

Unidade Básica de Saúde (USB) Campos Elíseos, sem data definida

UBS Trincheira, Nossa Senhora de Fátima, sem dias definidos em abril

3/4 - UBS Laranjeiras

10/4 - UBS Novo Amazonas

12/4 - UBS Novo Amazonas

17/4 - UBS Vila Cristina

24/4 - UBS Cachoeira

27/4 - UBS Teresópolis

2/5 - UBS Dom Bosco

16/6 - UBS Dom Bosco

17/7 - UBS Alvorada

23/7 - UBS Alterosas

25/7 - UBS Alterosas

22/9 - UBS Alterosas

22/9 - UBS Petrópolis

25/9 - UBS Petrovale.

  O que fico observando, como é que uma cidade do porte de Betim, não ceder e divulgar importantes espaços para a cultura e deixar passar por exemplo o Dia da Consciência Negra, sem fazer um evento para a população. O que a prefeitura gosta de fazer é festas superfaturadas como o Rodeio Show Imbiruçu etc. Na minha opinião uma data tão importante como o Vinte de Novembro deveria ser privilegiada, mas não, passou sem nenhuma celebração importante? Na programação municipal só tinha “truanice” que só servem para politicagem, nada interessante, nada marcante, nada importante para o povo betinense. Pensei que, nunca o povo betinense seria enganado por uma gestão completamente apagada, sem imaginação e incompetente com seus eleitores.

Muitos são os casos sombrios da cidade, mas aqui só abordei assuntos voltados para a segurança, por exemplo, no dia Vinte de Dezembro foi uma politicagem com reinauguração da famosa rodoviária, mas na verdade, foi só uma jogada de mestre, na verdade a rodoviária de Betim não funciona e moradores têm que embarcar na beira da estrada. Então, assim permanece a gestão da terra de ninguém, ou seja, quem não te conhece, que te compre este é o jeito de governar do administrador do PHS.

*Possui graduação em História pela Instituição Educacional Cecilia Maria de Melo Barcelos Faculdade Asa de Brumadinho, Minas Gerais, (2012). Graduado licenciado em Artes Visuais pela Faculdade de Nanuque, Minas Gerais, (FANAN) 2015. Tem experiência na área de História com ênfase nos seguintes temas: Ciência política e políticas públicas sociais e educacionais, história contemporânea e do tempo presente. Arte contemporânea em relação ao público escolar, arte pública e poder público. Aborda principalmente os seguintes temas: História social da cultura, políticas públicas governamentais e educacionais, arte no espaço urbano e espaço arte. Músico tocador de flauta transversal e artista especialista em desenhos realistas. Tem vasta experiência com ensino fundamental e médio. Atua como professor da rede Estadual de ensino nas disciplinas de história e arte, atualmente leciona arte em duas escolas da rede pública na cidade de Betim e Contagem/MG na modalidade Fundamental e Médio, atualmente direciona o Instituto do Patrimônio Histórico da Cidade de Betim. Coordena e participa de grupos de pesquisa e seminários em estudos voltados para as políticas públicas desenvolvendo projetos sociais junto ao movimento dos trabalhadores que contribui com o processo de reforma agrária e por uma sociedade mais justa.

 

Currículo Lattes: ACESSE http://lattes.cnpq.br/4322119601861631

 

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