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Karen Andrade (*)

O termo Educação 4.0 já vem sendo discutido a partir da chamada Quarta Revolução Industrial ou Indústria 4.0, que começa a usar novos tipos de robôs, recursos da Internet das Coisas, da Inteligência Artificial e da Linguagem Computacional, tornando os ambientes de produção cada vez mais automatizados e fazendo com que os trabalhadores envolvidos em processos produtivos tenham cada vez mais o perfil de gerente de máquinas – e não mais o de operadores destas – e atuem de forma colaborativa.

Nosso cotidiano está cercado de inovações tecnológicas. A cada dia surgem novos gadgets (dispositivos eletrônicos portáteis) para nos auxiliar em alguma atividade, seja ela no trabalho, no cotidiano ou em novas aprendizagens. Partindo destas reflexões, como fica o papel da escola? Como preparar nossos alunos para esse novo mundo que se abre com a Indústria 4.0? Os educadores começam a tomar contato e a entender essas transformações, percebendo que a escola também precisa mudar. Mas por onde começar?

 

A partir da Quarta Revolução Industrial, as tecnologias à nossa disposição tendem a customizar também a experiência de aprendizagem. Os alunos se guiarão mais pelos seus interesses, por temas que os atraem mais, de forma a ampliar também o currículo definido pela escola. As tecnologias também vão permitir que os professores tenham um amplo monitoramento do processo de ensino-aprendizagem, com dados detalhados que permitirão avaliações e melhorias nas experiências de ensino.

Colaborar, criar, pesquisar, compartilhar, são conceitos e iniciativas que deverão fazer parte cada vez mais do processo de ensino e aprendizagem, pois assim exige o mundo neste século 21, onde tudo muda rapidamente. Os alunos terão que desenvolver desde cedo, com a orientação dos professores, sua capacidade autodidata durante a vida escolar, de forma a serem capazes de continuar aprendendo, ao longo da vida, sem a necessidade extrema de voltar às salas de aula. As salas de aulas, então, devem aos poucos se transformar em espaços de desenvolvimento de competências, onde a pesquisa e a troca de ideias e experiências colaborativas serão as bases do conhecimento, deixando de lado a simples replicação de conteúdo.

Posso citar a aprendizagem baseada em projetos, a STEAM (Science, Technology, Engineering, Arts e Mathematics) e Desing Thinking como termos que estarão cada vez mais presentes em nosso cotidiano, nos fazendo refletir e nos motivando a promover ações diferenciadas. Onde, por exemplo, integrar conceitos de ciências, tecnologia, engenharia, artes e matemática para desenvolver projetos “mãos na massa”, convidando os alunos a resolver situações-problema pensadas a partir de seus próprios interesses, propondo novas soluções após investigar, descobrir, conectar, criar e refletir; e a partir dos resultados, repensar outras formas de solução, se necessário. Com isso, além de aprender, o aluno pode testar infinitas possibilidades.

Atualmente grande parte dos recursos tecnológicos, de uma forma ou de outra, já está incorporado à rotina dos alunos, mas vale destacar que os educadores são – e serão cada vez mais – os grandes promotores e motivadores para o uso das novas possibilidades de atividades, projetos e interação na sala de aula, fomentando assim a autonomia e o protagonismo, além de propiciar o desenvolvimento de habilidades para as profissões e carreiras que esperam por nossos alunos fora da escola.

Nós, que atuamos no meio educacional, devemos arregaçar as mangas e encarar o modelo de Educação 4.0 como uma grande oportunidade de transformação do processo de ensino e aprendizagem, não somente com o uso da tecnologia, mas também para promovermos ações inovadoras, seguindo o conceito do “aprender fazendo” – tradução de “learning by doing”– por meio do uso de novas abordagens educacionais que atendam ao perfil dos novos alunos que, por serem nativos digitais, preferem aprender por meio de experiências e vivências.

A discussão sobre Educação 4.0 está só começando. Com isso, gestores e educadores precisam trabalhar juntos promovendo a constante troca de ideias em torno desta “nova escola”, desta forma, além da revolução em vários setores ela também acontecerá na educação, que é a base de tudo. Os próprios alunos começam a cobrar por isso. Não há tempo a perder.

(*) Karen Andrade é Consultora em Tecnologia Educacional da Planneta, empresa do grupo Vitae Brasil (www.vitaebrasil.com.br); graduada em Processamento de Dados, pós-graduada em Computação Aplicada e pós-graduanda em Educação e Tecnologia pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, com experiência em trabalhos relacionados à Educação e Tecnologia Educacional. Contato:Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..


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