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*Sineimar Reis

  Todos nós sabemos qual o significado da palavra promessa não é mesmo? Promessa é o compromisso de se fazer alguma coisa. Aquele que promete algo quer dizer que está comprometido com aquilo. A promessa é entendida enquanto um voto ou uma declaração feita a uma outra parte, registrando a intenção futura de cumprir com o que foi prometido. Como uma garantia de pagamento, em que uma das partes se vê obrigada a fazer o que prometeu à outra. Do contrário, não deveria ter assumido o compromisso. No sentido figurado, a promessa ainda pode ser uma esperança remota. Quando se diz "mas isto ficou só na promessa", quer dizer que o que foi prometido não foi cumprido. Ou quando se afirma que "é uma promessa vazia", significa que o compromisso não será honrado.

  Sabemos também que o cumprimento do prometido é vital para a nossa imagem e reconhecimento junto à comunidade, e que não podemos nos afastar desta tarefa, caracterizada como de máxima prioridade. Não podemos deixar nossa promessa envelhecer, pois prometemos o que podemos entregar.

  A palavra promessa é muito popular no meio político, associado aos projetos e falas dos candidatos durante o período da campanha eleitoral. O senso comum entende que promessas políticas são em vão, ou seja, são palavras faladas sem corresponder a um compromisso de ação futura. Uma coisa é certa, para amenizar as promessas de políticos, temos que ter consciência de que a política partidária não deve ser uma ponte para conseguir emprego e nem de interesses pessoais. Os políticos são representantes do povo nossos representantes e devem trabalhar em prol destes. Não podemos pactuar com a falta de bom senso e o despreparo evidente de muitos candidatos.

  Na religião cristã, a promessa é um voto feito á sua crença. Quando um devoto faz uma promessa a determinada crença, por exemplo, ele normalmente pede por alguma benção, seja de ordem espiritual ou física. O fiel se compromete a pagar uma espécie de penitência caso sua súplica for atendida. Entre as promessas mais comuns na Igreja Católica, tanto no Brasil ou no exterior por exemplo, está a peregrinação à Basílica de Nossa Senhora de Aparecida, de joelhos ou de pés descalços, como pagamento da promessa à Santa devido a uma graça alcançada.

  A grande promessa de Deus, mencionada na Bíblia, era a vinda do Messias à Terra para a salvação dos homens. Promessa cumprida quando do nascimento e sacrifício da vida de seu filho Jesus. A expressão "dou-te a minha palavra" quer dizer o mesmo que "eu te prometo".

  O cidadão brasileiro já está cansado de serem enganados pelos políticos, mas o brasileiro tem memória curta e volta e meia os mesmos políticos que não cumpriram com sua palavra são os mesmos que prometem mundos e fundos novamente, apenas para se elegerem mais depois não estão nem aí para a população e mesmo assim as pessoas ainda votam nesse tipo de candidato.

  Seria bom se todo político levasse o cargo a sério e fizesse valer o cumprimento do prometido vital para a sua imagem e reconhecimento junto à comunidade, não deixando afastar-se da tarefa que é o compromisso com o povo e o dinheiro público, caracterizando-o como de máxima prioridade. Seria ótimo sem não deixasse a promessa envelhecer, pois promessa deve ser paga e entregue com as próprias mãos. Cumprir promessas proporciona mudanças, e elas serão percebidas, criando uma relação permanente de confiança no político ou a quem prometeu. Embora os políticos são representantes do povo, esses representantes, devem obrigatoriamente trabalhar em prol destes.

  Este ano que acaba de iniciar, o ano de 2018 está sendo conhecido como o ano da renovação política no Brasil, ou talvez por causa de tanta promessa talvez não seja bem assim, estima-se que 7 em cada 10 brasileiros esperam uma mudança política em 2018 e diversos movimentos já estão se preparando para isso. É nesse clima que uma porção de movimentos e organizações da sociedade civil se prepara para lançar seus próprios candidatos ou plataformas nas eleições de outubro, muitos podem vim com promessas exageradas, se cuide eleitor. Alguns desses grupos, como o Movimento Brasil Livre (MBL), já são conhecidos da política nacional e das redes sociais.    Outros surgiram mais recentemente. Ouvimos por todas as partes do país o apresentador da Rede Globo Luciano Huck, até há pouco tempo o outsider mais cobiçado para a disputa presidencial, o “Fake” mal começou e desistiu da campanha, por outro lado, ele tinha grande desejo de participar da vida política do país, mas pesa o fato de ter muito a perder e que prejudicaria seu programa na Rede Globo e seus contratos publicitários, ele também fez promessas relatando que quer continuar contribuindo com o debate político, participando de movimentos sociais, e ajudando a encontrar alternativas para o país. Será? Estão vendo aí, todos no meio político tem um lado promissor, ainda ressaltou que viajaria pelo Brasil dois estados por semana para conhecer as realidades distintas, agora fica a pergunta, será que este indivíduo não conhece a realidade do Brasil ou ele não mora aqui?

  O cidadão brasileiro deve procurar saber e entender que política não é um assunto recorrente nas conversas online e tampouco nas offline. Política é uma organização, direção e administração da nação ou Estado e compromisso com o bem público, o povo deve ficar atento ao debate político de cada candidato e conhecer seu passado, partido e propostas, deve acima de tudo estudar e analisar quais suas verdadeiras Políticas Públicas e seu potencial para a discussão pública. Além disso, imaginar qual a capacidade do indivíduo como que se vai usar o dinheiro público e toda sua chapa governamental e qual o passado e história de cada um.

  Este ano tem eleições para Presidente da República, Governadores, Senadores, Deputados Federais, Deputados Estaduais/Distrital. O Presidente que for eleito nas eleições deste ano, assume a Presidência da República 1º de janeiro, e irá governar o país pelo período de quatro anos, ou seja, seu mandato inicia-se em 1º de janeiro de 2019 e termina no dia 31 de dezembro de 2022, então não é brincadeira, é coisa muito séria. Neste pleito são eleitos os Governadores das 27 unidades federativas do Brasil (26 estados e o Distrito Federal), todos com mandato de quatro anos, iniciando em 2019 e finalizando em 2022 como acontece com o cargo do Presidente da República. Oitenta e um (81) é o número total de Senadores, sendo que cada um dos 26 estados mais o Distrito Federal elege 3 Senadores cada. O tempo de mandato de um Senador é de 8 anos, porém existem eleições para o cargo de quatro em quatro ano, onde alternadamente renovam-se as cadeiras por um e dois terços. Explicando para que fique mais claro, nas últimas eleições para o cargo em 2014, foram eleitos 1/3 de novos Senadores, estes eleitos em 2014 ficaram no cargo até 2022, nas eleições de 2018, serão eleitos 2/3, ou 54 novos Senadores e estes ficaram no cargo até 2026. Como em 2018 são 54 cadeiras, cada estado (mais o Distrito Federal) irá eleger dois Senadores. É importante lembrar que cada Senador é eleito com dois suplentes. Já o Deputado Federal, seu mandato para o cargo é de quatro anos, sendo que o candidato eleito Deputado Federal, pode concorrer a sucessivas reeleições e os Deputados Estaduais também possuem um mandato de quatro anos, podendo concorrer a sucessivas reeleições. Conforme Emenda Constitucional 16/97, as eleições são realizadas em 1º turno no primeiro domingo de outubro, sendo o 2º turno realizado no último domingo de outubro. Desta forma as eleições de 2018 irão acontecer nas seguintes datas: 1º turno: 7 de outubro de 2018; 2º turno: 28 de outubro de 2018. Então analise bem cada um de seu candidato, pois prometeu alguma coisa, o mesmo tem que cumprir, não podemos pactuar com a falta de bom senso e o despreparo evidente de muitos candidatos. Independente da cidade, centenas de candidatos, muitos concorrendo ao primeiro mandato ou para se reelegerem fazem de tudo para ganhar os votos dos eleitores. Prometer faz parte das propostas eleitorais dos candidatos, mas vamos avaliar quais promessas são viáveis à execução e quais são necessárias. Não é novidade que o povo está cansado de ouvir promessas. Porém, é de suma importância que nós, eleitores, tenhamos a mínima noção do que está sendo proposto e do que realmente é permitido a um candidato realizar, afinal só poderemos cobrar aquilo que é possível ser feito. Durante as campanhas, inúmeros candidatos prometem que irão fazer coisas, que se cada um deles conhecesse um pouco das suas futuras atribuições, existiria a possibilidade de não iludir os eleitores com promessas impossíveis de cumprir. Desde 2010, é obrigatoriedade dos candidatos aos cargos do executivo apresentar programas de governo no ato do registro de suas candidaturas na Justiça Eleitoral. Entre as promessas mais comuns estão a redução dos impostos, talvez porque o peso da carga tributária sempre foi e ainda é uma das principais reclamações dos brasileiros; melhorias na saúde, que é precária tanto pela falta de profissionais quanto pelas condições estruturais dos hospitais; melhorias no trânsito, superfaturado pela quantidade de veículos inversamente proporcional ao número de vias; educação de qualidade e a garantia da segurança pública de qualidade, que dispensa comentários. E quando questionamos o porquê os políticos brasileiros não cumprem suas promessas de campanha, a resposta é simples: por mais boa vontade que os eleitos tenham, prometem coisas impossíveis de cumprir, ou seja, é inviável, prometer aquilo que não podem acontecer num curto espaço de tempo, por exemplo, a construção de 10 hospitais públicos, 5 creches, Milhões de empregos em 4 anos. Bom, por aqui fica minha dica, que prevaleça o bom senso e a responsabilidade de cada eleitor.


*Possui graduação em História pela Instituição Educacional Cecilia Maria de Melo Barcelos Faculdade Asa de Brumadinho, Minas Gerais, (2012). Graduado licenciado em Artes Visuais pela Faculdade de Nanuque, Minas Gerais, (FANAN) 2015. Tem experiência na área de História com ênfase nos seguintes temas: Ciência política e políticas públicas sociais e educacionais, história contemporânea e do tempo presente. Arte contemporânea em relação ao público escolar, arte pública e poder público. Aborda principalmente os seguintes temas: História social da cultura, políticas públicas governamentais e educacionais, arte no espaço urbano e espaço arte. Músico tocador de flauta transversal e artista especialista em desenhos realistas. Tem vasta experiência com ensino fundamental e médio. Atua como professor da rede Estadual de ensino nas disciplinas de história e arte, atualmente leciona arte em duas escolas da rede pública na cidade de Betim e Contagem/MG na modalidade Fundamental e Médio, atualmente direciona o Instituto do Patrimônio Histórico da Cidade de Betim. Coordena e participa de grupos de pesquisa e seminários em estudos voltados para as políticas públicas desenvolvendo projetos sociais junto ao movimento dos trabalhadores que contribui com o processo de reforma agrária e por uma sociedade mais justa.

 

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