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Meus amigos e minhas amigas:

A maioria da sociedade rio-grandense decidiu, no último dia 26, pela alternância no poder: a troca de comando no Palácio Piratini, sede do governo do Estado dos gaúchos. As opiniões são divergentes, salutar para a democracia: uns a favor da alternância, outros contra. Na prática, o que importa mesmo é o que irá acontecer do dia primeiro de janeiro de 2015 para a frente.

Para mim, mais do que qualquer outra coisa, a troca de governador significa esperança. Esperança de que o novo mandatário da sociedade gaúcha, tenha a coragem e a vontade política de indicar um secretário da Segurança Pública e um Chefe de Polícia capazes de alterar o quadro de tristeza que assola o rio Grande há anos, principalmente no que diz respeito à impunidade.

Isso porque nesta quarta-feira, se completa nada menos do que 109 meses – 3.270 dias – em que meu amado filho Mário foi covardemente assassinado no município de Canoas. E até hoje, eu, como Pai, não sei o que realmente aconteceu naquela trágica noite de 29 de setembro de 2.005 e, sequer, quem assassinou meu amado filho ou a mando de quem estava.

Agora, aproveito para fazer um apelo ao governador eleito, José Ivo Sartori: peça, senhor governador, para seus colaboradores da área da segurança pública, que trabalhem com amor, com afinco e com dedicação para reduzir ao máximo possível a premiação instituída pelo Instituto da Impunidade. A sociedade que o elegeu merece isso, senhor governador.

Meu amado filho Mário foi brutalmente assassinado quando se dirigia a uma confraternização costumeira com amigos de infância e colegas do ensino fundamental, como fazia praticamente toda a quinta-feira. Não chegou ao local. Momentos antes, foi assassinado sem a menor possibilidade de se defender, aos 20 anos de idade.

Meu amado filho Mário não tinha inimizades. Por onde passava deixava um rastro de educação, humildade, alegria. Estudioso, compreensivo, amoroso e cultivava a convivência feliz em família. Era companheiro de todas as horas e tinha uma preocupação excepcional com a segurança da mãe. Mas teve sua vida ceifada por bandidos desalmados que até hoje continuam à solta, fazendo novas vítimas e enlutando tantas outras famílias.

Da noite de 29 de setembro de 2.005 para cá, tenho vivido com muita saudade e com uma enorme esperança de que um dia, a Justiça seja feita e que a Impunidade a quem assassinou meu amado filho Mário covardemente, chegue ao fim. Dias após dias, um aperto toma conta do meu peito. Lágrimas enchem meus olhos: é a saudade do meu amado filho Mário que explode no meu ser, é a sensação de que a Impunidade está vencendo essa luta, é a sensação de impotência que atinge também nossas autoridades e que as leva a aumentar o número de crimes  considerados insolúveis por conta do descaso tão hediondo quanto o próprio crime.

Continuarei vigilante, cobrando do nosso governador eleito e que assume no dia primeiro de janeiro, providências: “Seja diferente, governador Sartori. Mostre ao povo do Rio Grande que o senhor e seus colaboradores não irão permitir que os criminosos continuem a assassinar seres rio-grandenses e a enlutar famílias rio-grandenses impunemente”.

Sérgio, Pai do Mário Gabardo

 

 
 

 


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