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Garoto ia trocar bobina por material para consertar uma bicicleta

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Um adolescente, de 14 anos, morreu ao ser baleado, por policiais militares, com dois tiros, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, nesta quinta-feira (24). Segundo familiares, os policiais teriam confundido uma bobina de carro, que estava nas mãos do rapaz, com uma arma e dispararam.

Ana Paula Nunes de Oliveira, contou que o filho Pablo Roberto Nunes Farias estava indo trocar a peça por uma câmara de ar para a bicicleta dele, que estava estragada. Ele conseguiu a bobina na oficina mecânica do padrasto, na qual trabalhava.

— Bobina de carro. Eles falaram que meu filho estava com uma macaquinha [apelido para submetralhadoras].

No dia em que foi baleado pelos policiais, o garoto chegou em casa e disse para a mãe que estava com fome, mas antes de jantar e tomar banho, iria até a casa de um colega para fazer a troca. Segundo testemunhas, o adolescente subia por uma rua do bairro, quando foi visto pelos militares e recebeu ordem para parar. Ele estava com a bobina nas mãos e se virou para o lado dos policiais, quando foi baleado com dois tiros. Outros dois disparos atingiram o portão de uma casa. A doméstica Sonira Maria Dirce Dias, estava na rua e viu a ação.

— Pediram para o menino parar e ele parou. A obrigação é eles pegassem o que estava na mão dele e não atirar. Eu vi o policial atirando nele. Nós estávamos perto e nós vimos ele com a bobina de carro na mão.

O adolescente foi socorrido pelos próprios policiais até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Teresopolis, em Betim. Por causa da gravidade dos ferimentos, ele foi transferido para o Hospital Municipal, mas não resistiu e morreu, nesta sexta-feira (25).

De acordo com a ouvidoria da PM, os policiais haviam recebido uma denúncia de que uma pessoa armada circulava pelo Jardim Teresópolis, onde, segundo a polícia, já haviam sido apreendidas quatro réplicas de metralhadoras. O caso será apurado e encaminhado à Corregedoria da Polícia Militar e à Promotoria de Direitos Humanos. Segundo o tenente-coronel da PM Luciano Vivas, os três militares envolvidos no caso foram detidos. Vivas informou, ainda, que as testemunhas foram ouvidas e as provas foram encaminhas à Justiça para perícia.

— Quanto agir de maneira correta ou não quem vai dizer isso é a Justiça. Somente a partir do processo e de um futuro inquérito que poderá dizer se houve ou não uma conduta correta.

 

R7/HD

 


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