A deputada estadual Marília Campos (PT/MG) participa amanhã, 26 de setembro, da sessão da Câmara de Vereadores de Betim, às 9h. Ele vai pedir apoio para a luta em defesa da lagoa Vargem das Flores, ameaçado pela proposta da Prefeitura de Contagem de alteração no Macrozoneamento, que pretende acabar com a área rural e beneficiar apenas os grandes proprietários de terra.
A proposta de Contagem foi colocada em discussão dia 11 de julho deste ano e foi suspensa a pedido da deputada na reunião do Conselho Deliberativo de Desenvolvimento Metropolitano, do qual Marília participa como representante da Assembleia Legislativa. A votação foi adiada e está prevista agora para ocorrer dia 3 de outubro. Após a decisão do órgão, o Projeto de Lei que cria o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado – PDDI segue para a Assembleia para ser votado e aprovado.
Medioli
A deputada tem buscado apoios pela preservação da lagoa e foi recebida recentemente pelo prefeito de Betim Vittorio Medioli. Ela o alertou que essas mudanças representam risco também os betinenses, que são abastecidos pela represa, assim como mais de 10% da Região Metropolitana. Outra consequência, caso a lagoa deixe de reter a água, é a cheia do rio e enchentes na cidade, pois é ela que ajusta o sistema de macrodrenagem de toda a bacia do ribeirão Betim. Medioli se mostrou sensibilizado com os apelos e também deve se posicionar contra a proposta da Prefeitura de Contagem.
Já BH pode ser prejudicada porque parte da água consumida na capital é fornecida pela represa de Vargem das Flores. E pode ser particularmente atingida pelas alterações na área ainda desocupada da Bacia do Bom Jesus, importante remanescente da bacia da Pampulha ainda preservada. Seriam permitidos prédios e os lotes passariam de mil para 360 metros quadrados, nos quais as taxas de permeabilidade sofreriam drásticas reduções: de 50% a 95% para 20%. Como se trata de área sem infraestrutura, o adensamento poderá vir a comprometer o sistema de reversão de esgoto existente. Por essas razões, o prefeito da Capital, Alexandre Kalil, disse a Marília que podem contar com ele nesta briga.
A deputada vai falar também da representação que fez no Ministério Público para que apure os fatos e do manifesto no qual os servidores efetivos das secretarias municipais de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano acusam a administração atual de ser antidemocrática e ir contra os interesses populares.
