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A inflação do setor econômico de Serviços registrou elevação de 3,93% no acumulado de 12 meses, conforme medição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Neste período, o IPCA apresentou alta de 0,87%.

É preciso levar em conta, os problemas já acumulados. Nos 12 meses até agosto a eletricidade encareceu 21,08%. O preço dos combustíveis domésticos, incluído o gás, subiu 30,22%. O das carnes aumentou 30,77%.

Nessa soma de choques, com a inflação corrente muito pressionada e alta disseminada de preços, acabamos tendo repasse para itens mais inerciais, principalmente o grupo de serviços, a inflação ganhou tração.

Num ambiente normal são choques que não têm exatamente a ver com política monetária. Mas junto com a surpresa nesses grandes grupos, explica, o indicador trouxe na sua composição grupos inerciais acelerando na margem, como serviços, que vieram acima do esperado, além dos núcleos acompanhados pelo BC.

Se as pressões inflacionárias persistirem, poderá ser necessário um aperto maior, com novas altas de juros pelo Banco Central, piores condições de crédito e maiores entraves ao crescimento.

Tarifas de energia elétrica, agora na bandeira "escassez hídrica", estarão entre os itens de maior pressão de altas. Serviços, com o crescente relaxamento das medidas de restrição à circulação de pessoas, também estarão impulsionando o IPCA.

A elevação dos preços mostra que a população, principalmente a mais vulnerável, está sendo duplamente castigada, ao mesmo tempo em que a renda está mais baixa, os preços de produtos básicos da cesta familiar ficaram mais altos.

A reabertura da economia e demanda aquecida. E justamente por esperarmos demanda resiliente em ambiente de custos elevados, passamos a esperar preços mais altos em serviços pessoais e recreação.

Quando olhamos para os próximos meses a perspectiva é de que a inércia futura seja maior do que a que imaginávamos. A alta foi grande, mas são muitas pressões vindas de muitos lugares. Temos impacto de alimentos, de transportes e de energia, que foram os principais motores, mas houve espalhamento para muitos itens. Há nível grande de disseminação e de aceleração da inflação.

Alimentação no domicílio e transportes foram os principais motivos da surpresa altista, em função ao aumento maior que o esperado dos alimentos in natura e de combustíveis e veículos. Além disso, também houve aceleração dos preços de bens industriais, pressionados pelas restrições de oferta e custos elevados, e de serviços, em linha com a reabertura da economia e impulsionando os núcleos de inflação.

Um dos maiores problemas de uma inflação tão alta, a indexação ainda muito forte na economia brasileira. Não tem boom de demanda. A inflação reflete uma sequência de choques. A grande questão é também o ciclo vicioso que estamos vivendo.

Carlos Eduardo Oliveira Jr.


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