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Ele diz que a associação de 3 mil empresas de São Paulo ao sindicato gaúcho acabou com a autonomia da entidade. E fala sobre a contratação da Barrionuevo

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O presidente do Sindicato dos Cegonheiros de Goiás (Sintrave-GO), Afonso Rodrigues de Carvalho, conhecido como Magayver, denunciou ontem, o que chamou de “transformação do Sintravers (o Sindicato dos Cegonheiros do Rio Grande do Sul), numa filial do braço político da organização criminosa que continua controlando o setor de transporte de veículos novos em todo o país –segundo relatório da Polícia Federal – o Sindican (Sindicato dos Cegonheiros de São Paulo)”. O líder sindical também questionou a contratação da Barrionuevo Gestão de Imagem pelo sindicato gaúcho, “certamente com o apoio do Sindican, uma vez que de reuniões para tratar do assunto, esteve presente um diretor do sindicato paulista, conhecido como Mexicano”.

Magayver anunciou que encaminhou ofício ao Ministério Público Federal de São Bernardo do Campo-SP, onde está em andamento inquérito para apurar novas práticas de cartel no setor, e ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), solicitando “providências quanto à contratação da empresa do jornalista José Barrionuevo. “Nada temos quanto ao trabalho dessa empresa, mas chamamos a atenção do MPF para a espécie de conluio entre os sindicatos do RS e de SP, não só durante o processo de negociação, como no pagamento dos valores acertados”. Ele lembra que participou ativamente, há 17 anos atrás, da denúncia ao MPF gaúcho, “junto com Jefferson Casagrande, da existência do cartel no setor de transporte de veículos”.

As denúncias da época, recorda Magayver, se transformaram em várias ações judiciais, todas movidas pelo MPF, a exemplo da Ação Civil Pública contra a General Motors do Brasil, Luiz Moan Yabiku Júnior (na época diretor para assuntos institucionais da montadora), o Sindican e a ANTV (Associação Nacional das Empresas Transportadoras de Veículos), “todos os réus condenados por formação de cartel”. Além dessa, a ação penal que condenou, em 2006, Luiz Moan, Aliberto Alves (na ocasião presidente do Sindican) e Paulo Roberto Guedes (que presidia a ANTV), todos por formação de cartel. Agora, no entanto, estamos assistindo o senhor Casagrande – conhecido como Bolinha – contratar uma empresa, em parceria com o Sindican, para mudar a imagem de denunciante para apoiador inconteste da prática criminosa que é a formação de cartel”, alfineteou.

Filial – Para justificar o termo “filial do Sindican”, Magayver questionou os números apresentados por Bolinha no boletim elaborado pela Barrionuevo. “Se o Sintravers, que tem pouco mais de 150 empresas gaúchas associadas, agora diz ter mais de 3 mil filiados, é porque acabou sindicalizando empresas de São Paulo, também filiadas ao Sindican. É uma simbiose que só se explica quando há intenção de realizar manobras nada convencionais com vistas a dominar o mercado”, acrescentou. Para ele, não há explicação razoável para o fato de empresa paulistas estarem associadas ao Sintravers. Magayver citou como exemplo, o que ocorreu recentemente o Paraná, em Catalão-GO e na Bahia, quando os chamados carreteiros do Sindican “associaram-se aos sindicatos estaduais e os tomaram de assalto. “Espero, como legítimo carreteiro que sou, que os gaúchos filiados ao Sintravers façam um movimento ordeiro, capaz de retomar a autonomia da entidade, não permitindo que continue como uma filial dessa gente do Sindican que todas as autoridades conhecem principalmente o seu modus operandi”, sugeriu.

Cooptações – Magayver revelou ao site  mais duas cooptações de carreteiros que estavam operando em transportadora do sul do país e que não tinham ligação com o sistema cartelizante. O modus operandi desse cartel continua intocável, “apesar dos esforços das autoridades como a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o Gaeco. Agora, mais dois carreteiros caíram no conto dessa gente, que promete mundos e fundos, na tentativa de abocanhar todo o setor”, disse.

Em junho do ano passado, cinco carreteiros que operavam para a mesma transportadora que tem sede no sul do país, foram cooptados pelo Sindican, tido pela Polícia Federal como o braço político da organização criminosa que controla o setor de transporte de veículos novos. De acordo com o líder sindical que atua em Goiás, “tudo está sendo levado ao MPF de São Bernardo do Campo. Estou pedindo, em nome do Sintrave-GO, que a Procuradoria da República, onde tramita inquérito que investiga mais uma vez o setor, intime esses carreteiros para explicarem os motivos pelos quais aderiram ao cartel”, finalizou. (Foto: Arquivo Anticartel) mostra o início da luta do Sintravers contra o cartel.

 


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