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Em live promovida pela Trouw Nutrition, Prof. Rodrigo de Almeida destacou fatores que contribuem para o sucesso na fase mais delicada da saúde de vacas de leite

"Durante o período de transição, que ocorre entre as três semanas do pré-parto e as três semanas após parição, diferentes fatores prejudiciais à vaca leiteira acontecem de forma simultânea. Essa é a fase mais delicada para a saúde em todo o seu ciclo produtivo, pois ela enfrenta balanço energético negativo, imunidade baixa, status pró-inflamatório e estresse oxidativo", explica Rodrigo de Almeida, médico veterinário e professor coordenador do Grupo do Leite da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O especialista foi convidado pela Trouw Nutrition para compartilhar seu conhecimento ministrando palestra com o tema "Da Transição Para o Sucesso: O Caminho Para a Vida Produtiva".

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"A fazenda deve manter dois lotes de vacas secas. O primeiro lote deve ser composto pelas fêmeas que foram secas recentemente e, o segundo, com as que já estão na fase do pré-parto, uma vez que as exigências nutricionais são distintas. Quando as vacas do primeiro lote atingem os 255 dias de gestação, devem ser transferidas para o segundo. Esse manejo permite que o animal tenha tempo suficiente para se adaptar à dieta e rotina de ordenha das vacas em lactação. Não há benefícios de deslocar o animal antes do tempo, nem mesmo fornecer dietas acidogênicas para todas as vacas desde a secagem", orienta o especialista.

De acordo com o professor, o segundo ponto é o resfriamento de vacas secas. Com base nos dados de pesquisas da Universidade da Flórida (EUA), fêmeas resfriadas durante o período seco foram capazes de produzir 5 kg/dia a mais de leite do que os que sofreram com estresse calórico. "É fundamental resfriar as vacas durante todo o período seco e não apenas durante o pré-parto". Além dos benefícios diretos nas vacas resfriadas, as bezerras que ainda não nasceram e que estão na barriga das suas mães também são beneficiadas.

Evitar que as vacas percam Escore de Condição Corporal (ECC) no pré-parto também auxilia o resultado do período de transição. O professor Rodrigo compartilhou os estudos que avaliaram a associação entre a mudança de ECC no pré-parto e o desempenho e a saúde de vacas no pós-parto. "Aqui ficou constatado que os animais que mantiveram ou ganharam peso durante o período seco permaneceram mais saudáveis em relação àqueles que perderam. Além disso, outras medidas fundamentais para o sucesso no período de transição são o fornecimento de dietas acidogênicas antes do parto e dietas específicas às vacas recém-paridas, de preferência o fornecimento de dietas com alto teor de proteína no pós-parto e suplementação de uma boa fonte de metionina, atenção aos níveis de cálcio sérico dos animais e monitoramento da cetose subclínica".

O professor da UFPR lembrou também que o bem-estar tem alto impacto nessa fase. "É fundamental que o produtor entenda a relação do conforto das vacas leiteiras com a produtividade. O investimento durante o período de transição de rebanhos leiteiros, seja em instalações, conforto do animal, qualificação, manejo ou nutrição, deve ser considerado por todos os produtores, de pequeno a grande porte. Todo e qualquer cuidado na fase periparturiente possui consistente impacto na melhoria da eficiência reprodutiva e diminuição no descarte involuntário dos animais, impactando positivamente o retorno econômico”.


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