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Jurista Rodrigo de Oliveira Vieira solicitou exoneração do cargo de Promotor de Justiça para se dedicar à carreira de advogado criminalista

 

Porto Alegre, 7 de março de 2018 - Enquanto a maioria dos profissionais com formação em Direito busca uma vaga nos quadros do Judiciário gaúcho e brasileiro, o jurista Rodrigo de Oliveira Vieira, optou pelo caminho inverso. Nesta quarta-feira, dia 7 de março, ele deixa oficialmente o cargo de Promotor de Justiça do Rio Grande do Sul para se dedicar à carreira de advogado. Uma decisão incomum no meio jurídico e, especialmente no Ministério Público, onde Rodrigo consolidou uma sua trajetória profissional como especialista em Tribunais do Júri. Com o pedido exoneração protocolado no MP, o jurista passa a se dedicar à elaboração do projeto de sua nova frente de trabalho no Estado.

Aos 46 anos, Rodrigo deixa a carreira de Promotor de Justiça em seu ápice e com a marca de um dos integrantes mais respeitos dentro de sua antiga instituição. Natural de Quaraí, estudante que deixou a Universidade Federal de Santa Maria em 1995 e tornou-se Promotor de Justiça em junho de 2002, ascendeu rápido na carreira por imprimir um estilo próprio, uma apurada interpretação do Direito e um poder de convencimento surpreendente.

Rodrigo iniciou a carreira de Promotor em Giruá, no Nordeste Gaúcho. No ano seguinte ao ingresso no Parquet, já estavam em Alegrete, promovido por merecimento. Três anos depois de chegar em Alegrete, Rodrigo esteve à frente de seu primeiro processo de repercussão estadual. Foi o então Promotor quem conduziu, ao longo de 2006, as investigações que desmontaram um esquema fraudulento que lesou a Universidade da Região da Campanha (URCAMP) em mais de R$ 1 milhão, em valores da época. A atuação de Rodrigo rendeu a condenação dos envolvidos no golpe e o reconhecimento de sua instituição por meio de um voto de louvor do Procurador-Geral de Justiça.

Em 2009, o jurista deixou Alegrete. Transferido para Uruguaiana, ele seguiu atuando em Julgamentos Populares e, em 2011, foi um dos personagens marcantes no julgamento do crime que ficou conhecido na crônica policial como o Caso do Homem Errado. Neste processo, Rodrigo obteve a condenação de policiais militares que executaram, em 1995, um morador da cidade acreditando que ele seria o responsável pela morte de um brigadiano. Na oportunidade, a vítima, que tinha semelhança física com o verdadeiro autor do homicídio do policial, havia sido sequestrada, ferida com 19 tiros e queimada pelos policiais enquanto agonizava.

 

A consolidação de sua trajetória no Ministério Público, no entanto, aconteceu em Caxias do Sul, onde fez uma média de dois Júris por semana em quase 20 meses à frente da Promotoria Criminal. Na segunda maior cidade do Estado, Rodrigo elevou seu score de participações em Sessões do Júri, que chegou a marca de 401 no final destes 16 anos no MP. No Plenário do Tribunal do Júri caxiense, participou da condenação de quadrilheiros, pistoleiros a serviço do tráfico e homicidas passionais, como do jovem Eduardo Farenzena, em 2014. O criminoso foi condenado em um dos julgamentos mais aguardados da década. O rapaz foi sentenciado a 20 anos de prisão pela morte da namora, em 2010. À época, a garota era a representante brasileira no concurso Miss Itália Nel Mondo.

Rodrigo, que encerrou seu ciclo no Ministério Público atuando em Santa Maria, conta que a decisão de deixar o cargo de Promotor de Justiça, quando seu próximo estágio seria atuar em Porto Alegre, foi uma decisão arquitetada ao longo dos últimos dois anos. “Cursei Direito por ter certeza da minha vocação para atuar nesta área. Nesses 16 anos como Promotor de Justiça tive a oportunidade de operar o Direito em sua plenitude. Porém, agora, retorno a sua essência. É uma decisão pensada, avaliada e muito discutida e deixou o Parquet com a certeza de ter contribuído com a instituição. Agora, chegou a vez de contribuir de outra forma e auxiliando a sociedade em outra posição dentro das salas de audiências e Plenários”, avalia Rodrigo.

O pedido de exoneração foi entregue nesta manhã ao Procurador-Geral de Justiça do Rio Grande do Sul. De acordo com o regimento, o desligamento oficial acontece após a publicação do ato no Diário Oficial do RS.


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