Entidade realiza série de protestos impedindo saída de veículos de fábrica. Entrada e saída de veículos foram retomadas nesta terça por ordem judicial.
Donos de caminhões-cegonha e cinco empresas paulistas que fazem o transporte de carros fabricados pela Ford disputam, desde abril de 2013, o transporte de parte dos veículos fabricados pela indústria automobilística no Polo Industrial de Camaçari, na região metropolitana de Salvador.
Segundo Paulo Silva, gerente-geral da Brazul, uma das transportadoras paulistas alvo de protesto, os cegonheiros que fazem parte do Sindicato das Pequenas e Microempresas e Transportadores Rodoviários Autônomos de Veículos de Camaçari (Sintracam) pediram que 30% do trabalho realizado pela empresa paulista fosse repassado a eles.
“Eles queriam 30% do trabalho, mas a gente não pode tirar pessoas que trabalham na empresa que presta serviço à Ford há 40 anos, para colocar outros caminhoneiros. Estávamos esperando um aumento de volume para tentar a possível integração de alguns deles” conta Silva.
Os cegonheiros do Sintracam acampavam perto das empresas, ao longo de 4 km, e impediam a entrada e saída dos veículos da Ford há 11 dias. Eles começaram a permitir a passagem dos caminhões-cegonhas das empresas nesta terça-feira (11), após ordem judicial, mas informaram que permanecerão no local realizando assembleias com os próprios integrantes do grupo.
Segundo o Sintracam, o objetivo do protesto é ganhar o direito de fazer o transporte dos veículos produzidos pela Ford. Enquanto isso, a indústria afirma que não assinou protocolo de intenções sobre a contratação de cegonheiros baianos e adianta que não vai comentar mais o assunto.Paulo Silva, representante da Brazul, relata que reunião foi marcada com o grupo de cegonheiros do Sintracam no dia 6 de fevereiro. No entanto, no dia 31 de janeiro, eles iniciaram a ocupação em Camaçari impedindo que os caminhões-cegonhas saíssem para fazer a entrega dos carros, o que provocou o cancelamento da tentativa de acordo, segundo o gerente-geral paulista. Ainda de acordo com ele, na Brazul há 1.200 funcionários baianos e 70% da empresa é composta por nordestinos.
Caminhão-cegonha carregado com 11 veículos pegou fogo em posto de combustível no Polo de Camaçari (Foto: Everaldo Lins/Visão Diária)
Histórico
Neste período, dois carros da Ford pegaram fogo enquanto estavam estacionados no pátio da Brazul, no dia 3 de fevereiro.
Este foi o segundo caso de incêndio envolvendo veículos da Ford no mesmo local este ano. No dia 31 de janeiro, um caminhão-cegonha pegou fogo no Polo Petroquímico, no momento em que estava estacionado em um posto de combustíveis. O caminhão transportava 11 veículos. A polícia investiga se o caso foi criminoso.
O Sintracam negou participação na ação, afirmando que tem realizado uma série de protestos pacíficos pedindo participação das empresas baianas no transportes de cargas da Ford.
Por Maiana Belo Do G1 BA, com informações da TV Bahia