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Quando as pessoas se igualam não existe preconceito

“Se prestarmos atenção às pessoas que estão ao nosso redor veremos que muitas têm avós italianos, pais árabes, de origem espanhola, alemã ou portuguesa. Mais claramente, veremos uma grande maioria de crianças ou adultos com traços fisionômicos que evidenciam sua origem negra”.

O negro é talvez o elemento que maior contribuição trouxe à formação da cultura brasileira.
Nos porões dos navios negreiros já vinham os germes do samba, do frevo, do candomblé, do carnaval, do culto à Iemanjá, do sabor quente e forte de nossa comida, além de crenças e hábitos aos quais nos acostumamos tanto que nem paramos para pensar de onde veio.

 

Mas hoje, 113 anos depois da abolição da escravatura ainda podemos acompanhar a luta das ONGS com a questão racial para mudar a imagem do negro no país. A cultura negra sempre esteve atrelada à escravidão e ao preconceito.

A maioria das pessoas acredita que existe um racismo silencioso, pois muitas delas preferem não falar sobre o assunto.

"O racismo explícito, pelo menos no meio urbano, vai se enfraquecendo, principalmente por conta da consciência crescente de que é prática criminosa”.
“Mas o preconceito (que é o racismo enrustido) continua. E é fomentado principalmente pelas novelas da Rede Globo que é um veículo muito poderoso, comenta Nei Lopes, compositor e um dos maiores estudiosos de história do povo negro no Brasil”.

Pesquisa: Simoneuza Oliveira / Psicopedagoga

Encontrei este artigo em 03-11-2006, coloquei este comentário: Aqui ela esqueceu de dizer que acima dos porões, os navios trouxeram também o germe da ganância, da crueldade e da sacanagem com que a elite sempre tratou os pobres deste país independente da sua cor, e volto afirmar sem medo de errar, estes seres humanos não foram escravizados pela cor, mas pela absoluta pobreza em que viviam.
Então resolvi escrever o texto abaixo:


DIA DA CONSCIÊNCIA DE JUSTIÇA

No próximo dia vinte será comemorado o DIA DA CONSCIENCIA NEGRA,

Não sei o que este dia significa.

O que é consciência negra?

Será que é olhar para a pele e sair gritando pelas ruas: Eu sou preto. Ou olhar para dentro de si mesmo e dizer para todo mundo: Eu sou diferente.
Porque não tem o dia da consciência branca?

Seria até cômico, os da raça “superior” sair para a rua gritando: Eu sou branquelo!

Façam-me o favor!

Estes cidadãos que ficam inventando nomes e datas dizendo que é para comemorar alguma coisa, não têm nada para fazer?

Porque não criaram o dia da consciência honesta?

Para que todos possam sair para as ruas e praças e gritar bem alto: Eu sou honesto.  
Aí eu queria ver quantos gritos se ouviria por este imenso país afora, vai ter bairro e cidades e distritos inteiros onde o silencio reinará absoluto e talvez seja quebrado por um ou outro mais corajoso.

Se houver!

Dia da consciência tranquila.

Eu queria que este dia existisse de verdade.

Conversando com um conhecido, um mulato, gente boa que indiquei para fazer um trabalho na última empresa onde eu trabalhava, travamos o seguinte diálogo:
-Você não está lá mais?

-Não, não aceito ser brinquedo de político.

-Você não devia ter saído, eu era como você, depois que comecei estudar Direito mudei muito a minha maneira de pensar.

É isto que me assusta.

Que consciência é esta que aceita ser manipulada depois que adquire conhecimento?
Eu queria uma nova lei áurea.

Uma nova abolição.

Que libertasse todos os pobres, de todas as raças, mestiço, cafuzo, mameluco, negrinho, branquelo, de olhos arregalados ou puxadinhos, do jugo da elite e dos políticos sacanas (Existem exceções) que ditam leis neste país.

Chegamos ao cúmulo de ao começar uma obra civil prevista para mais de dois anos a primeira placa colocada é: Não temos vaga.

E não tem mesmo.

A empresa que “ganha” a concorrência não tem autonomia para contratar quem quiser. Quem tem a vaga é o político que vai indicar quem ele achar render mais votos ou aceitar ser manipulado. 
E os melhores cargos são ocupados por parentes e puxa-sacos em sua grande maioria, brancos.

O país só será livre quando for criado o dia da CONSCIÊNCIA DE JUSTIÇA.

O dia em que todos os injustiçados saíssem para as ruas e praças para gritar bem alto: Queremos igualdade independente da cor da pele, do cabelo crespo ou liso, dos olhos arregalados ou puxadinhos e da fé que professamos ou não.

Queremos escola, lazer e saúde de qualidade para nossos filhos, seja ele um negrinho ou um branquelo azedo.

Não queremos cota nas universidades, exigimos o mesmo tratamento para disputarmos de igual para igual com todos que se formam doutores em alguma coisa, nos indignamos com o estacionamento das universidades públicas com seus carrões afrontando o pobre que sequer tem acesso a uma escola secundária de qualidade.
Universidade pública tem que ser para aluno de escola pública, só assim ela ganhará credibilidade e colocará pobres e ricos no mesmo patamar.
O dia que este grito acontecer todos os outros poderão ser
esquecidos.

 

Geraldo Ribeiro

BETIM, Minas Gerais, BrazilTenho 64 anos, nasci e moro em Betim - Minas Gerais- Brasil. Premiado em 1990 no Concurso Literário PROJETO BATEIA da Prefeitura de Betim. Co-autor da 1ª Edição de TRAÇOS E COMPASSOS da editora PIMENTA MALAGUETA. Escrevo simplesmente por prazer e para denunciar a Injustiça Social que ainda causa a pobreza do nosso povo.Sou casado com Patrícia com quem tenho 03 filhos.


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