Amigas e amigos:
Mais uma vez, aquele aperto enorme toma conta do meu peito, fazendo-me explodir de saudades. As lágrimas brotam quase que automaticamente nos meus olhos. Hoje, esta faltando dois meses pra dez anos do assassinato cruel do meu amado filho Mário. Um jovem de apenas 20 anos que teve sua vida ceifada por bandidos desalmados que até hoje gozam de liberdade, por conta do chamado Instituto da Impunidade, premiação concedida pelo absoluto descaso das autoridades da área da segurança pública do nosso Estado.
Apesar da minha insatisfação e angústia frente ao fato de que até agora os verdadeiros responsáveis e/ou mandantes do assassinato do meu amado filho Mário não foram devidamente identificados e encaminhado ao Poder Judiciário, continuo depositando esperança.
Acredito que a Justiça ainda possa ser feita e que os verdadeiros culpados possam vir a aparecer, mesmo que da noite trágica e inesquecível de 29 de setembro de 2005 para cá, tenham enlutado outras tantas famílias. E que ainda assim, continuem livres e soltos por nossas ruas.
É lastimável que todo o mês tenha que me debruçar para traçar essas palavras por conta do hediondo descaso com que o assassinato do meu amado filho Mário foi tratado. Apenas como mais um na gigantesca estatística dos crimes insolúveis.
Inaceitável. Inacreditável.
Como Pai e cidadão que paga seus impostos rigorosamente em dia, quero esta resposta do Estado. O Estado me deve isso, há mais de 100 meses, como deve a todo o cidadão de bem. Este é meu direito. O direito de um Pai que teve a vida do seu filho ceifada de forma tão cruel e desalmada.
Longe de buscar vingança, clamo por Justiça, ainda que tardia. Continuo à espera de uma ação mais eficaz .
Tenho certeza de que os atuais governantes serão suficientemente sensíveis aos apelos de quem quer ver a verdade esclarecida e tomarão medidas capazes de restabelecer a confiança em quem está imbuído de boas intenções e de quem pretende desenvolver um trabalho sério e competente na perseguição da Justiça,embora que as estatísticas
Sérgio Gabardo
Pai do Mário Gabardo.
