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Segundo informações da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) divulgadas ontem, com base em dados do Banco Central, a inadimplência do cartão de crédito fechou junho em 7,5%, um aumento de 0,2% comparado a maio. Pensando nisso, resolvi escrever um artigo sobre quais os cuidados que devemos tomar a cerca do uso dessa ferramenta.
 
Se relacionarmos essa porcentagem de inadimplência ao fato de que os juros do cartão de crédito estão em quase 400% ao ano, vemos que é extremamente necessário tomarmos providências, para diminuir ao máximo os impactos e, em médio prazo, mudar o comportamento das pessoas sobre o uso e a administração de seus recursos financeiros como um todo.
 
Primeiramente, gosto de ressaltar que o cartão de crédito não é um vilão. Embora muitos pensem assim e o tratem como inimigo por toda a vida, a verdade é que esse meio de pagamento pode ser um grande aliado, com muitos benefícios que facilitam a vida financeira da população. Mas isso só é possível enxergar quando se tem educação financeira, por isso da importância desse assunto ser tratado já na fase infantil, em casa e nas escolas.
 
Enfim, como a realidade sobre o uso dessa ferramenta é bem diferente da ideal, vamos direto ao ponto: o cartão de crédito não pode ser usado como muleta. O que quero dizer é que muita gente acaba comprando no cartão porque não pode pagar agora, além de parcelar, porque também não terá como pagar no mês seguinte. Com isso, acaba perdendo o controle dos gastos, não tendo condição de honrar com seu compromisso e fazendo parte do índice de inadimplentes, pagando juros exorbitantes.
 
Cartão de crédito não é problema e nem solução, é apenas uma forma de pagamento que pode trazer muitas vantagens, se bem utilizada, como acúmulo de milhas, para poder trocar por passagens aéreas ou desconto em produtos, por exemplo. A grande questão é que as pessoas compram sem planejamento, sem consciência, e acabam usando essa facilidade da maneira errada, pagando um preço bem alto pelo erro.
 
Então, se a educação financeira é o segredo para melhorar esse cenário de consumo desenfreado, desenvolvi algumas orientações baseadas nesse princípio.
Antes de comprar, se faça algumas perguntas fundamentais:
 
  • Eu realmente preciso desse produto?
  • O que ele vai trazer de benefício para a minha vida?
  • Se eu não comprar isso hoje, o que acontecerá?
  • Estou comprando por necessidade real ou movido por outro sentimento, como carência ou baixa autoestima?
  • Estou comprando por mim ou influenciado por outra pessoa ou por propaganda sedutora?
 
Se mesmo assim concluir que precisa comprar o produto, seria prudente fazer mais alguns questionamentos como:
 
  • De quanto eu disponho efetivamente para gastar?
  • Tenho o dinheiro para comprar à vista?
  • Precisarei comprar a prazo e pagar juros?
  • Tenho o valor referente a uma parcela, mas o terei daqui a três, seis ou doze meses?
  • Preciso do modelo mais sofisticado, ou um básico, mais em conta, atenderia perfeitamente à minha necessidade?
 
Mas a principal orientação, sem dúvida, é ter plena ciência do orçamento financeiro, saber para onde vai cada centavo do dinheiro e estabelecer prioridades. Programando-se e respeitando o padrão de vida, é possível ter mais realizações de vida; talvez em um prazo maior, mas com estabilidade financeira, que é o mais importante. É possível mudar a maneira de pensar e de agir, basta ter força de vontade.
 
 
Reinaldo Domingos, educador financeiros, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor do best-seller Terapia Financeira, do lançamento Mesada não é só dinheiro, e da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.

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