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Minhas amigas e meus amigos:

Está chegando o dia em que um novo governador assumirá o comando do nosso querido Rio Grande. E com isso, renova-se a esperança em mim, de que o novo chefe do poder Executivo tome medidas enérgicas na área da segurança pública, que tenham como principal meta, o fim do descaso e da impunidade, a exemplo do que ocorre com o assassinato do meu amado filho Mário, um jovem de apenas 20 anos de idade que foi assassinado de maneira covarde por bandidos desalmados, até hoje gozando da mais completa liberdade e, certamente, fazendo novas vítimas a cada dia.

Senhor governador:

Chega de descaso!

Chega de Impunidade!

Chega de tanta violência!

 

Neste sábado, o assassinato do meu amado filho Mário completa 110 meses. São 3.300 dias de angústia. Desde aquela trágica noite de 29 de setembro de 2.005, em que bandidos desalmados ceifaram a vida do meu amado filho Mário, que ia se encontrar com a amigos de infância e colegas de escola para uma confraternização sadia, que não sei o que é ter uma noite inteira de sono.

Não existe dia em que um forte aperto tome conta do meu peito e encha meus olhos de lágrimas. É a saudade e o sentimento de que o Mal está triunfando sobre o Bem, de que o Instituto da Impunidade está premiando os bandidos responsáveis por este assassinato e quem sabe lá por quantos outros.

É a certeza de que o Estado não cumpriu com seu papel constitucional duas vezes: na primeira, quando a segurança pública não conseguiu impedir o assassinato do meu amado filho Mário que deveria ser “protegido” pelo Estado. Na segunda, quando o descaso e a falta de vontade política impediram que o Estado identificasse os verdadeiros responsáveis pelo assassinato do meu amado filho Mário fossem identificados e conduzidos para julgamento.

É lamentável que o Estado, nesses 3.300 dias, não tenha sido competente o bastante para me dizer quem assassinou meu amado filho Mário. Todos sabem que estou muito distante de buscar vingança, mas quero sim, Justiça.

O Estado me deve isso.

Meus gritos por Justiça vão continuar ecoando por onde passar e por onde alcançar minha voz. Não descansarei enquanto não souber quem ceifou a vida do meu amado filho Mário, até conduzi-los ao julgamento da sociedade gaúcha.

O Estado me deve isso. O Estado deve isso a mim, pai do Mário. O Estado deve isso a dezenas de pais de filhos assassinados, cujos autores não foram identificados.

Sérgio, Pai do Mário

 

A alternância no poder ajudará a acabar com a impunidade? A esperança se renova...

  

                                                          Meus amigos e minhas amigas:

A maioria da sociedade rio-grandense decidiu, no último dia 26, pela alternância no poder: a troca de comando no Palácio Piratini, sede do governo do Estado dos gaúchos. As opiniões são divergentes, salutar para a democracia: uns a favor da alternância, outros contra. Na prática, o que importa mesmo é o que irá acontecer do dia primeiro de janeiro de 2015 para a frente.

Para mim, mais do que qualquer outra coisa, a troca de governador significa esperança. Esperança de que o novo mandatário da sociedade gaúcha, tenha a coragem e a vontade política de indicar um secretário da Segurança Pública e um Chefe de Polícia capazes de alterar o quadro de tristeza que assola o rio Grande há anos, principalmente no que diz respeito à impunidade.

Isso porque nesta quarta-feira, se completa nada menos do que 109 meses – 3.270 dias – em que meu amado filho Mário foi covardemente assassinado no município de Canoas. E até hoje, eu, como Pai, não sei o que realmente aconteceu naquela trágica noite de 29 de setembro de 2.005 e, sequer, quem assassinou meu amado filho ou a mando de quem estava.

Agora, aproveito para fazer um apelo ao governador eleito, José Ivo Sartori: peça, senhor governador, para seus colaboradores da área da segurança pública, que trabalhem com amor, com afinco e com dedicação para reduzir ao máximo possível a premiação instituída pelo Instituto da Impunidade. A sociedade que o elegeu merece isso, senhor governador.

Meu amado filho Mário foi brutalmente assassinado quando se dirigia a uma confraternização costumeira com amigos de infância e colegas do ensino fundamental, como fazia praticamente toda a quinta-feira. Não chegou ao local. Momentos antes, foi assassinado sem a menor possibilidade de se defender, aos 20 anos de idade.

Meu amado filho Mário não tinha inimizades. Por onde passava deixava um rastro de educação, humildade, alegria. Estudioso, compreensivo, amoroso e cultivava a convivência feliz em família. Era companheiro de todas as horas e tinha uma preocupação excepcional com a segurança da mãe. Mas teve sua vida ceifada por bandidos desalmados que até hoje continuam à solta, fazendo novas vítimas e enlutando tantas outras famílias.

Da noite de 29 de setembro de 2.005 para cá, tenho vivido com muita saudade e com uma enorme esperança de que um dia, a Justiça seja feita e que a Impunidade a quem assassinou meu amado filho Mário covardemente, chegue ao fim. Dias após dias, um aperto toma conta do meu peito. Lágrimas enchem meus olhos: é a saudade do meu amado filho Mário que explode no meu ser, é a sensação de que a Impunidade está vencendo essa luta, é a sensação de impotência que atinge também nossas autoridades e que as leva a aumentar o número de crimes  considerados insolúveis por conta do descaso tão hediondo quanto o próprio crime.

Continuarei vigilante, cobrando do nosso governador eleito e que assume no dia primeiro de janeiro, providências: “Seja diferente, governador Sartori. Mostre ao povo do Rio Grande que o senhor e seus colaboradores não irão permitir que os criminosos continuem a assassinar seres rio-grandenses e a enlutar famílias rio-grandenses impunemente”.

Sérgio, Pai do Mário Gabardo


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