Estrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativa
 

Brincar continua sendo fundamental para o desenvolvimento pleno da criança. Se faltar área livre, brinque no espaço que tiver; se não tiver uma hora disponível, que seja durante alguns minutos; se não puder comprar, recicle e crie jogos com as próprias crianças. O que não pode faltar, em hipótese nenhuma, é o respeito à criança e ao seu direito de brincar.

Brinquedos e brincadeiras produzem crescimento e aprendizagem. Unidos à conscientização sobre o meio ambiente, resultam em diminuição da poluição, além de trazer inúmeros benefícios para a saúde.

Neste contexto, a Legião da Boa Vontade desenvolveu, nos meses de setembro e outubro, a Oficina: Sucatoteca – brincar é uma coisa séria!, coordenada pela educadora social Vânia Cruz.

Conhecendo o Museu dos brinquedos

Inicialmente, a LBV proporcionou a crianças e adolescentes atendidos em seu Centro Comunitário de Assistência Social, uma visita ao Museu dos Brinquedos. O local, que durante o ano recebe cerca de 35 mil pessoas, tem a função social de disseminar o lúdico através dos brinquedos e da proposta educativa de mostrar este espaço de diversão e aprendizado para todas as idades.

“O Museu surgiu informalmente por meio de doações, há muitos anos, através da senhora Luísa de Azevedo Meier que amava brinquedos, a história deles e tudo que eles representavam para ela. Em 2006, sua filha o inaugurou com cinco mil peças e, hoje, são 9 mil. Quem visita, conhece 900 brinquedos da época em que eram produzidos pelas próprias pessoas; o avanço dos brinquedos industrializados; os que marcaram época; a historicidade e sua disseminação pelo mundo. É um local de diversão, aprendizado e descobertas”, afirmou a coordenadora pedagógica do museu, Paula Mendes.

Ao ser presenteada com uma pasta cheia de atividades feitas pelas crianças, a coordenadora disse: “Estamos extasiados com as cartas e desenhos que recebemos! Vamos emoldurar, estamos muito felizes!”.

Na oportunidade, além de conhecer esta infinidade de exemplares, a garotada participou de oficina e produção de um brinquedo com material reciclável, bem como do resgate de brincadeiras antigas. Dava gosto ver o pequeno Heitor Barbosa, 6 anos, admirando principalmente as pipas. “A pipa pode ficar lá no alto. Meu pai me ensina fazer a pipa, a rabiola e vai comigo soltar, é muito legal!”.

“Partimos do início da história do brinquedo: De onde veio? Como é feito a construção? O passeio ao Museu trouxe para eles um grande aprendizado, pois aprenderam a importância de valorizar o meio ambiente e de como podemos nos divertir construindo o nosso próprio brinquedo”, ressaltou a educadora social Vânia Cruz.

Hora de desenvolver habilidades

Nas semanas seguintes, na LBV, crianças e adolescentes fizeram pesquisas sobre construção de brinquedos, o respeito ao meio ambiente, participaram de rodas de conversas, fizeram a seleção de material reciclável, escolheram quais brinquedos seriam produzidos e surgiu uma 'explosão de talentos'. Vejam!

“Aprendi fazer brinquedos com reciclagem de garrafa pet, pentes de ovo, papelão e outros. Fizemos peteca, jogo da velha, joaninha, pião. Aprendendo a fazer isso, dá para limpar o nosso mundo. Foi muito bom! A gente aprendeu mais reciclando e ajudando para não entupir os bueiros, os esgotos, porque senão acontece um estrago e todo mundo sofre”, afirmou Artur Gabriel, de 9 anos.

Na produção da cozinha completa, meninos e meninas usaram caixas de papelão, rolo de papel, tampas de garrafa, potes de isopor, retalho de tecido, CDs, pente de ovos, papel laminado, tinta, pincel, cola e tesoura. “Fizemos mesa, fogão, pia, armário, micro-ondas, geladeira, jarras, xícaras. Nós pesquisamos na internet, usamos a imaginação e criamos os brinquedos. Eu aprendi que nós devemos reciclar ao invés de jogar fora. Podemos criar nossos próprios brinquedos”, afirmou Luísa Eduarda, 14 anos.

E a casinha de bonecas? Quem conta os detalhes é a Fabiana Ribeiro, 11 anos: “Nós fizemos as paredes com 78 caixas de leite e o telhado com isopor. Não cabe muita gente, mas dá para entrar e ficar conversando. Gostei muito de aprender! Aqui é muito bom porque eles ensinam a gente a fazer as coisas. Ao invés de comprar uma casinha, a gente mesmo pode fazer. É só guardar as caixinhas”.

“A construção dos brinquedos dá autonomia e oportunidade de serem autores da sua própria história. Além de usarem a imaginação, desenvolvem a coordenação motora, a criatividade, a socialização. Auxilia na formação da personalidade, pois, a criança experimenta situações, organiza suas ideias e emoções. O objetivo foi também fazer o resgaste de brinquedos e brincadeiras antigas, envolvendo as famílias e mostrando como era o brincar em outros tempos”, disse a educadora social Vânia Cruz.

Exposição

Dia 31/10, no espaço denominado Sucatoteca, foi realizada uma exposição com todo o material produzido. Quais? Carrinho de rolo de papel higiênico, casa de boneca, cozinha de papelão, jogo da velha, carrinho e estacionamento de papelão, utensílios para a cozinha, trenzinho com potes de sorvete, totó de caixa de papelão, cavalinho de cabo de vassoura, bilboquê de garrafa pet, jogo da argola, avião de papelão, carrinho de pipoca, vai e vem e muito mais.

Assim, ficou mais fácil acreditar que não é pela falta de um brinquedo industrializado que as crianças ficarão sem brincar, não é!? É possível, sim, produzir o próprio brinquedo, se divertir e aprender muito com ele, além de colaborar com o meio ambiente.


Copyright © 2023 Jornal Tribuna de Betim Online - Notícias. Minas Gerais - Todos os direitos reservados.
 Betim - MG - Brasil