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Amigas e amigos:

Neste domingo, o bárbaro assassinato do meu amado filho Mário está completando nada menos do que 128 meses, ou 3.840 dias, sem que os verdadeiros assassinos desalmados e/ou mandantes tenham sido identificados e encaminhados à Justiça. São quase 4 mil dias de uma saudade incalculável e uma dor intensa. Sei que meu amado filho Mário jamais voltará ao nosso convívio, mas o mais incrível é ter de conviver com essa impunidade que premia bandidos da mais baixa espécime.

Meu amado filho Mário foi brutal e covardemente assassinado na noite de 29 de setembro de 2005, quando se dirigia a uma confraternização costumeira com amigos de infância e colegas de escola. Cursava Direito na PUCRS em Porto Alegre. Não tinha inimigos e, por onde passava, deixava um rastro de coisas boas. Era admirado por todos aqueles que o conheciam, principalmente por sua humildade, honestidade e amor à família.

Como é do conhecimento de vocês, desde aquela trágica noite, tenho encaminhado centenas, milhares de correspondências eletrônicas cobrando ação dos órgãos competentes. É uma tentativa de sensibilizar as ditas autoridades da área da segurança pública para que cumpram com o seu papel constitucional e identifiquem os verdadeiros responsáveis pelo bárbaro crime.

No Rio Grande do Sul, há anos que se muda governo e secretários de segurança, mas lamentavelmente o descaso prossegue. Falta sensibilidade para quem está no comando. Entendo que além de ser uma obrigação do Governo, é um direito meu, de Pai, de saber o que realmente aconteceu naquela trágica noite, quem são os verdadeiros assassinos e/ou mandantes. Esse meu direito, até hoje, passados 3.840 dias, ainda não me foi concedido pelo Estado. Continuarei cobrando.

Não há como negar: certamente os bandidos desalmados que ceifaram a vida do meu amado filho Mário aos 20 anos de idade, o fizeram com outras tantas pessoas, enlutaram outras tantas famílias e foram premiados com o instituto da impunidade. Continuam à solta fazendo novas vítimas. Até quando?

Bem distante de mim está qualquer sentimento de vingança. O que explode no meu peito, é uma dor imensa que clama por Justiça. Diariamente lágrimas tomam conta dos meus olhos; meu peito aperta-se de saudade e de impotência por ter de aguardar que o Estado faça sua parte, cumpra com sua razão de ser. Mas nada acontece. Os assassinos desalmados continuam livres. Até quando?

Como pai, cumpridor das minhas obrigações e pagador de impostos, tenho esse direito. O Estado me deve a solução deste bárbaro assassinato. E, enquanto houver um sopro de vida em meu peito, estarei cobrando a resposta.É inaceitável que nesse tempo todo, o Estado, pelo descaso, tenha transformado o bárbaro assassinato do meu amado filho Mário, apenas em mais um número na estatística dos crimes insolúveis.

Não aceito!

Sérgio Gabardo, pai do Mário


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