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É fato histórico e incontroverso que a oposição é um peso importante em qualquer democracia, funcionando como fiel da balança, como forma de conter e fiscalizar o poder politico do Executivo e seus partidos da base aliada, não permitindo que o comandante do navio navegue em águas calmas e na direção que lhe apraz.

 

No Brasil, democracia relativamente nova, este papel coube ao Partido dos Trabalhadores que exerceram a função de opositores ferrenhos, às vezes em uma oposição cega, apenas para contrapor ao governo.

 

 

A oposição desmedida, contra tudo e todas as medidas governamentais, não é salutar para o país e para a democracia, mas a sua ausência e a concordância leniente com o executivo e a sua base aliada no congresso chega a ser catastrófico.

 

Desde a era Lula, quando os oposicionistas do PT tornaram-se situação, vivenciamos em nossa República uma oposição pífia, a relação entre situação e oposição poderia ser denominada de simbiótica, com a concordância quase absoluta com as medidas do governo, talvez dado à popularidade do Presidente, a inexperiência do legislativo, a cooptação de parlamentares para a base aliada (leia-se mensalão), ou mesmo os três juntos. Fato é que os comandantes da nação, até a última eleição, navegaram em total calmaria.

 

A partir da eleição passada o tempo mudou, a oposição acordou assumindo sua real função, o mar tornou-se revolto, experimentando o comandante da Nação, inclusive, a indigesta rebelião de alguns deputados da base aliada.

 

A presidenta tem sofrido derrotas e mais derrotas no Congresso Nacional e sua relação com legislativo, que não era boa, tornou-se pior com sua popularidade em baixa, as manifestações populares, as eclosões de escândalos de corrupção, além é claro da crise econômica que assola o país.

 

Todos os interlocutores escolhidos pela Presidenta Dilma Rousseff não foram felizes na articulação com o congresso e o diálogo não é o forte da mandatária maior, o que comprometeu a relação institucional entre o executivo e o legislativo, aumentando o descontentamento dos parlamentares.

 

Agora, em uma medida tardia e desesperadora a Presidenta nomeou o seu Vice Michel Temer, presidente do PMDB, para as atribuições destinadas à Secretaria de Relações Institucionais.

 

Michel Temer, homem de prestígio nacional, reconhecido como articulador, político hábil, terá uma forte missão pela frente. No meio da crise institucional entre os poderes legislativo e executivo, acalmar a oposição ou pelo menos minimizar os efeitos do fogo amigo, congressistas da base aliada que se rebelaram contra o governo da Presidenta Dilma.

 

A missão é árdua, a oposição que está tendo o apoio popular, visivelmente reconhecida pelas manifestações e panelaços vistos desde a reeleição Presidencial não deve se quedar inerte.

 

Por outro lado, a medida desesperadora da Presidenta a colocou em uma “sinuca de bico”, se a missão dada a Michel Temer for vitoriosa os louros serão colhidos por ele, caso contrário a culpa recairá sobre a Comandante da Nação.

 

Independente da melhoria das relações institucionais entre os dois poderes, fato é que a oposição não cometerá os erros do passado, sendo leniente para não dizer submissa às vontades do Executivo, restabelecendo o contraponto necessário a uma verdadeira democracia.

 

Bady Curi Neto, advogado fundador do Escritório Bady Curi Advocacia Empresarial, ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG)

 


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