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Projeto trabalha o empoderamento e socialização dos atendidos da LBV

Tendo como objetivo principal dar continuidade à iniciativa de incentivar a leitura e a escrita, a Legião da Boa Vontade promoveu, no último dia 06, um piquenique literário na Praça da Liberdade, para os idosos atendidos no Programa Vida Plena, desenvolvido em seu Centro Comunitário de Assistência Social, na capital mineira.

A iniciativa faz parte do projeto “Escrevendo a própria história”, desenvolvido com os idosos, que teve início em fevereiro. Desde então, eles assistiram ao filme “Diário de uma paixão” e participaram de uma roda de conversas para compartilhar suas percepções e releituras do filme; participaram de uma oficina para customizar um caderno transformando-o em um Diário e foram incentivados a escreverem nele a própria história; montaram uma biblioteca com Livros, CDs e DVDs para empréstimo entre os integrantes do grupo; participaram de diversas atividades com textos pequenos, de autores brasileiros, sobre qualidade de vida para incentivar a leitura e a escrita; além de um recente piquenique e visita ao Museu.

HISTÓRIAS, RISOS E APLAUSOS

Durante o piquenique na Praça da Liberdade, à sombra das árvores, após saborearem os lanches que levaram, entre risos, emoções e conversas, as histórias foram compartilhadas e aplaudidas promovendo o resgate de experiências e memórias. Além de breves leituras em exemplares de autores brasileiros.

A senhora Joana D’Arc Teixeira, 60 anos, conta um pouco de sua vida e de seus escritos no diário: “Gostei! É importante falar da experiência de mãe, de avó, do que você vive. Cada um tem a sua história. Eu vim de uma família muito sofrida, trabalhava muito, não tinha convivência com os outros. Casei, passei a trabalhar e cuidar dos filhos, depois dos netos, a vida é outra. A gente tem lutas e tem sempre a esperança de vencer. A fé é fundamental e os amigos também. Eu tenho a LBV como um compromisso, eu gosto de participar, consegui esta vaga e não quero perder de forma alguma. Eu era mais fechada, agora converso mais e participo”.

Durante uma oficina, os idosos atendidos no Programa Vida Plena customizaram a capa de um caderno que passou a ser usado como um Diário. Os atendidos expressaram bastante criatividade e com grande alegria exibiam este talento.

“Ahh! É a vovó!, aqui a história dela”, foi assim que a senhora Eurenice Pereira, 62 anos, disse que pensou que seus netos vão dizer quando um dia encontrarem o diário dela. “Foi importante contar a história da gente porque é uma lembrança que fica para os netos, tem muito desafio, muitas coisas boas. Eu tive uma boa infância, muitos irmãos, brinquei bastante nas árvores, com os bichos, no barro, uma história diferente, vivida no interior e aqui também, trabalhei muitos anos perto desta Praça. Com as histórias dos outros também a gente aprende. Na LBV, eu encontrei pessoas que se identificam comigo, são da minha idade. E tem muitos passeios, a gente vai no teatro, no cinema, faz piquenique, é bom que a gente não fica preso em casa”, destacou.

A proposta era mesmo esta: unir o prazer de estar juntos em um local aberto, em contato com a natureza, partilhar histórias, vivências, experiências. Elas puderam expressar sentimentos em relação à família, ao grupo, a diferença que faz na vida delas estar inserida neste programa de convivência da LBV, nesta interação com o outro. A ilustração das capas dos diários ficou além do que eu esperava, com muita identidade, muito capricho, muito empoderamento, muita personalidade”, afirmou a psicóloga da LBV Elmacia Rodrigues, que coordena este grupo de idosos.

Da Praça, os idosos seguiram para uma visita ao Memorial Minas Gerais Vale. De forma educativa, dinâmica e com muita arte, o local oferece aos visitantes de todas as idades, a oportunidade de conhecer um pouco da história e da cultura do nosso Estado. “A visita ao Museu também faz parte do projeto ‘Escrevendo a própria história’. É um espaço que traz para a gente, além da cultura, o prazer de conhecer a nossa história e elas vão exercitar a escrita inserindo no diário delas a visita a este espaço cultural que elas ainda não conheciam”, pontuou a psicóloga.

E os idosos ficaram encantados. “Eu achei maravilhoso! Abre a mente, gostei demais! Muita coisa que eu não sabia da história de Minas Gerais. Gosto muito destes passeios, a cada dia a gente aprende mais, volta com outra mentalidade”, afirmou a senhora Dercília, 64 anos.

A conclusão do projeto ainda trará surpresas a este grupo de atendidos.


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